Resenha: Scott Pilgrim Contra o Mundo – Vol. 1, Bryan Lee O’Malley, Quadrinhos na Cia.

País de Origem: Canadá
Ano de Publicação Original: 2004-2005
Ano da Edição Brasileira Atual: 2010
Tradução: Érico Assis
Nº de Páginas: 368
Edições Incluídas: Scott Pilgrim’s precious little life – vol. 1/Scott Pilgrim vs. the world – vol. 2
Coleção: Scott Pilgrim

Sinopse: Scott Pilgrim está feliz com sua preciosa vidinha. Aos vinte e poucos anos, esse canadense levemente excêntrico divide os dias entre o ócio do desemprego voluntário e os ensaios de sua banda de rock, a improvável Sex Bob-Omb. Sua namorada, uma chinesa de nome Knives Chau, tem dezessete anos, e o relacionamento casto - "Uma vez ela pegou na minha mão", ele conta - parece cair bem para o momento, digamos, introspectivo que Pilgrim vem vivendo. Afora a preocupação dos amigos quanto às intenções de nosso herói para com uma garota tão nova, tudo vai bem. 

A rotina de videogames e indolência, no entanto, está prestes a sofrer um abalo sísmico. E o nome dela é Ramona Flowers, americana recém-chegada ao Canadá, única entregadora da Amazon na região. Depois de encontrá-la brevemente em duas ocasiões, Pilgrim apaixona-se perdidamente, faz uma encomenda pela internet e senta à porta para esperar a sua amada. O incrível é que a conversa dá certo, Ramona gosta de Pilgrim e os dois começam a sair. Fim da história.

Só que as coisas nunca são assim, ainda mais para Pilgrim. Namorar Ramona, como ele logo vai descobrir, implica também enfrentar o passado da garota, talvez de maneira mais literal do que o próprio Pilgrim poderia imaginar. Liderada pelo misterioso Gideon, a Liga dos Ex-namorados do Mal de Ramona precisará ser derrotada, caso ele queira continuar saindo com ela. Cada um dos sete ex-namorados desafiará o herói para uma luta, enquanto ele ainda tenta contornar relacionamentos passados, o vibrante mundo do rock'n'roll canadense e a falta de mobília em sua casa.



MINHA EXPERIÊNCIA DE LEITURA

As novíssimas gerações não viveram a era dos games de 8 bits, quando Mario Bros.® e Donkey Kong® eram os games mais jogados do mundo, e ter um console Nintendo era o sonho da vida de muitas crianças. Bryan Lee O’Malley explora a nostalgia nerd quanto a esses jogos clássicos contando a história de Scott Pilgrim, um rapaz canadense de vinte e poucos anos anos que é, basicamente, um nerd sem muitas perspectivas de vida. Ele não trabalha, simplesmente porque não está a fim, vive na minúscula casa com seu amigo gay, e os dois dividem a mesma cama. Sim, dividem a mesma cama. Sim, eles são apenas amigos. É que Scott Pilgrim é o maior folgado preguiçoso vagabundo do universo – na minha humilde opinião – e não tem arranjar uma cama para si mesmo. Até comprar coisas no cartão do amigo ele compra, na maior cara de pau.

Tudo começa a mudar drasticamente na pacata vida desse nerd desocupado quando ele conhece Ramona Flowers, primeiro em seus sonhos, depois pessoalmente, e se apaixona perdidamente. Mas para namorá-la ele terá que enfrentar a liga dos sete ex-namorados maus da Flowers. E é aí que a história começa a virar um jogo de videogame. E o mais legal desse gibi é que ele mescla situações cotidianas de uma história comum (mas divertida) com cenas de lutas saídas de jogos dos anos 1980.

Eu me diverti na leitura, apesar de ter estranhado um bocado o ritmo da escrita do autor, que pareceu muito rápido e confuso no começo. Porém, depois de algumas páginas eu já estava adaptada a seu estilo frenético e a leitura fluiu muito bem. Não há nada de complexo na história – a não ser a confusão que pode ser feita com a entrada, a todo o momento, de novos personagens – ou muito profundo. Como passatempo, valeu a pena ter lido a obra. É diferente de tudo o que li no universo da 9ª arte, tem uma pegada um pouco mangá às vezes – inclusive os traços, como comento abaixo – e se passa no Canadá (o autor é canadense), o que foge do eixo EUA-Europa.

DESENHOS

A arte também é de Bryan Lee O’Malley, feita em preto e branco em um estilo que se parece com o dos mangás japoneses, principalmente quanto aos olhos muito grandes e expressivos. Os traços são simples, mas muito bons, e não poderiam combinar melhor com a história. Aliás, quadrinhos que têm como roteirista e desenhista a mesma pessoa geralmente possuem uma maior unicidade e fluidez (embora haja muitas obras cujos co-criadores possuem uma sinergia incrível).

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VEREDITO

Scott Pilgrim é um quadrinho muito divertido e despretensioso, e sua falta de pretensão talvez seja o seu maior mérito. É perfeito como divertimento descompromissado, porque não só de leituras sérias e profundas viverão os nerds. Esta é uma HQ nerd feita por um nerd, sobre um nerd e para nerds.

Recomendada!

Nota:
3/5




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